domingo, 1 de novembro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pós-Graduação em Intervenção Humanitária e Catástrofe

Enquadramento

O desenvolvimento tecnológico teve como consequência o surgimento de catástrofes relacionadas com o comportamento humano que só no século XX, vitimaram mais de 200.000 milhões de pessoas.

É neste contexto que surge a medicina de catástrofe, procurando dar resposta e solucionar os grandes acidentes que afectam a sociedade. A medicina de catástrofe é um novo ramo de medicina, surgindo da conclusão de que a medicina de catástrofe não tem as mesmas características da medicina de urgência, nomeadamente a nível ético e na forma de actuar. Esta pós-graduação procura assim dar competências para os intervenientes, solucionarem situações complexas de catástrofe.

Segundo Romero Bandeira "A Medicina de Catástrofe traduz-se por um tipo de exercício da Medicina, integrada com Socorros Polivalentes com o seu componente sanitário em particular avançado, numa acção sectorial e local, tendo por finalidade aí prestar os cuidados médicos de urgência, estabilizar os doentes e medicalizar a evacuação, acompanhando-os no seu posterior transporte até ao Hospital.

Paralelamente é uma medicina de massas, com implicações logísticas e que deve ter em conta factores e imperativos extra-médicos, sem nunca se demitir das suas finalidades.

Pretende-se com esta Pós-Graduação

Capacitar os enfermeiros para desempenharem as suas actividades profissionais em situações de excepção.
Discutir o papel do profissional de saúde e estratégias de actuação com vista à consolidação da política nacional.
Capacitar os enfermeiros para o processo de gestão de situações de crise.
Conhecer os elementos conceptuais relacionados com a medicina de catástrofe.
Actuar de acordo com a legislação aplicável.
Aplicar e gerir os conhecimentos e as técnicas, em cuidados o mais adequados possível.
Incorporar o pensamento crítico e as técnicas de resolução de problemas em situações de catástrofe.
Ajuizar e tomar decisões fundamentadas.
Conhecer o ciclo dos desastres e a sua incidência na sociedade.
Adquirir conhecimentos sobre os princípios gerais da assistência a múltiplas vítimas.


Duração

O Curso tem a duração de 1 ano, 330 horas, sendo que 280 horas são teóricas e 50 horas são práticas (Ensino Clínico). Haverá interrupções lectivas nos seguintes períodos: Carnaval, Páscoa, Verão, Natal e Passagem de Ano.

Período de funcionamento

Quinzenalmente às Sextas-feiras e Sábados das 9h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h30.

Início previsto do próximo curso: 22 de Janeiro de 2010.

Candidaturas: 29 de Novembro a 23 de Dezembro de 2009.

Afixação de resultados: 8 de Janeiro de 2010.

Matrículas: 11 a 15 de Janeiro de 2010.

Pós-Graduação em Enfermagem Pré-Hospitalar

Enquadramento

Este Curso de pós-graduação, é prioritário por ser premente atender às necessidades sentidas pelos enfermeiros, que actuam numa área tão específica e delicada para o bem-estar e sobrevivência dos cidadãos.
De facto, os contextos da prática em emergência, são evidentemente mutáveis, na medida em que os factores que os proporcionam, se encontram eles próprios em permanente alteração.
Num tempo em que, de novo, emergem algumas concepções biocêntricas do Cuidado, é adequado reafirmar que a competência técnica não é uma meta, mas um meio para um Cuidado Global. Para a sua consideração, o enfermeiro é, sem qualquer objecção conceptual honesta, um profissional estruturalmente bem preparado.

Pretende-se com esta Pós-Graduação:

Capacitar os Enfermeiros para que desempenhem as suas actividades profissionais em unidades de emergência hospitalar e pré-hospitalar, através de acções de abordagem colectiva e de abordagem clínica individual.
Discutir o papel dos profissionais de saúde, bem como as estratégias de actuação, com vista à consolidação da política nacional em matéria de emergência de saúde.
Capacitar os enfermeiros para o processo de gestão de unidades de emergência hospitalar e pré-hospitalar.
Capacitar os enfermeiros, sob o ponto de vista clínico, para a prestação de cuidados de enfermagem, à pessoa em qualquer fase do seu ciclo de vida, mediante uma abordagem integral das urgências e emergências.

Duração

O Curso tem a duração de 1 ano (320 horas). Haverá interrupções lectivas no Carnaval, Páscoa, Verão, Natal e Passagem de Ano.

Período de funcionamento

Quinzenalmente às Sextas-feiras e Sábados das 9h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h30.

Início previsto do próximo curso: 22 de Janeiro de 2010.

Candidaturas: 29 de Novembro a 23 de Dezembro de 2009.

Afixação de resultados: 8 de Janeiro de 2010.

Matrículas: 11 a 15 de Janeiro de 2010.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

TRAUMA POR CORNADA DE TOURO


Tratamento:


O tratamento revolucionário das feridas por cornada de touro, foi introduzido por Campo Ligasteno, sendo ele o primeiro que se atreveu a transformar uma ferida traumática por corno de touro, numa ferida cirúrgica realizada por um cirurgião, onde se devem realizar os seguintes passos, que actualmente são obrigatórios no que se conhece como cirurgia taurina:
A ferida é tamponada com compressas e adesivo estéril, e realiza-se lavagem cirúrgica da área periférica (movimento do centro para a periferia).
Retirar a compressa ou o adesivo que tampona a ferida e realizar a irrigação da ferida com soro fisiológico, e lavar com betadine espuma
Trocar de luvas e colocar campos estéreis
Exploração digital da ferida e dos prováveis trajectos, para planear a incisão de exploração, a qual deve reunir uns requisitos para que através dela se possa: ressecar adequadamente os bordos da pele e tecidos lesionados; obter ampla exposição dos tecidos; ressecar todos os tecidos desvitalizados; obter hemostase cuidadosa; ampliar se necessário.
Deve-se retirar todos os detritos e ressecar os tecidos necrosados, fascia e músculos, este último deve-se ressecar todo aquele que não se contraria e que não sangre
Reconstruir por planos e dependendo do tempo decorrido, deixa-se a pele aberta.
É imperativo a colocação de uma drenagem, seguindo os princípios fundamentais, que regem a sua colocação, no sítio de maior declive da lesão, considerando a posição de decúbito que conservará o ferido nas próximas 48 horas.

Se a lesão for reparada na praça, é preferível fechar todos os planos, já que a ferida por mais contaminada que esteja, não tem tempo para que as bactérias proliferem severamente e se convertam em limpa contaminada. Não há que duvidar em administrar medicação antitetânica e antibioterapia anteriormente mencionada. A abordagem do trauma por cornada de touro, deve fazer-se de acordo com a área anatómica comprometida.

Ferida Cervical – A ferida cervical, cria sempre algumas dúvidas, na forma de abordagem, no entanto recomenda-se uma incisão vertical anterior ao músculo esternocleidomastoideu, os cirurgiões de urgência estão bastante familarizados. Em geral a incisão depende da lesão, cujo trajecto às vezes obriga a realizar as incisões existentes para a cirurgia especializada do pescoço, as quais devem ser conhecidas e abordadas por um cirurgião de urgência.
Se a lesão compromete a boca e o esófago, além da reconstrução primária, deve-se realizar uma gastrostomia para alimentação, pelo tempo requerido para a completa cicatrização. Quando a lesão é vascular com compromisso venoso unilateral, recomenda-se a ligadura, se a lesão é arterial e existe estabilidade hemodinâmica, impõe-se um desbridamento e uma sutura primária, ou colocação de enxerto venoso homólogo com jugular externa ou safena invertida.
Se existe instabilidade hemodinâmica do paciente, com perigo de morte por anemia aguda, impõe-se a ligadura. Na lesão da traqueia, os sinais e sintomas mais frequentes são: borbulhante através da ferida; dispneia; estridor; hemoptise; e enfisema subcutâneo. Deve-se realizar traqueostomia para assegurar a via aérea e a reconstrução deve realizar-se de forma primária.
Na lesão esofágica a reparação primária deve realizar-se nas primeiras 12 a 24 horas.

Ferida Torácica – O trauma de tórax é o que ocasiona maior numero de mortes na arena, em especial quando há trauma cardíaco e de grandes vasos. Podem ocorrer situações graves de tórax instável; contusão pulmonar; fracturas costais; e a presença de feridas em outros órgãos. No RX tórax há que analisar o compromisso ósseo e do parenquima pulmonar; tamanho do mediastino; e presença de ar; hemopneumotorax; enfisemas subcutâneos e atelectasias.
A fractura da 1ª costela ocorre aproximadamente em cerca de 10% dos traumatismos torácicos e está associado às formas mais severas de trauma fechado. As fracturas de costelas só acontecem em número de 3 a 4 nas primeiras, sendo menos frequentes nas 3 últimas. A contusão pulmonar pode apresentar-se com ou sem lesão óssea, mas é mais frequente que não ocorram fracturas, assim como enfisema subcutâneo, raramente está associado a fracturas ósseas, deve ter-se em conta que as contusões pulmonares que não são observadas do ponto de vista radiológico, podem comprometer severamente a função pulmonar, até ao ponto de algumas escolas proporem uma abordagem precoce com suporte ventilatório do tipo ventilação mandatória intermitente (SMV) e o uso de pressão positiva no final da expiração (PEEP).
A gasimetria arterial pode ser inicialmente normal, inclusive nos casos de contusões pulmonares importantes, no entanto se existir uma avaliação correcta, é possível detectar alterações analíticas, que permitem modificar a abordagem ventilatória, para evitar mortes prematuras ou aumento do compromisso pulmonar.
No trauma penetrante recomenda-se realizar sempre uma toracotomia, cuja modalidade depende do sítio da lesão, que permita uma boa exposição. Deve-se lavar exaustivamente a cavidade pleural e reparar as estruturas comprometidas com resseções parciais ou totais do parenquima pulmonar lesionado. Ao encerrar é mandatório o uso de tubo torácico de grosso calibre (drenagem torácica).

Ferida Abdominal – As feridas abdominais são as mais frequentes. Recomenda-se a realização de laparotomia exploradora, já que é mandatório realizar uma exaustiva revisão dos órgãos intracavitários, para não deixar passar lesões, que posteriormente aumentariam as complicações, e que poderiam levar à morte. Nas lesões gástricas e do intestino delgado, deve-se realizar o menor número de suturas possível. Na ferida hepática avalia-se a magnitude de acordo com o grau da complexidade. Nas feridas do baço, independentemente do grau recomenda-se a esplenectomia. Nas lesões genitourinárias deve-se tentar conservar a maior quantidade de tecido possível.
Merecem uma consideração especial as feridas do dorso, definido como a área compreendida entre as linhas axilares médias, desde o limite inferior da 6ª costela e a ponta da escápula até à crista ilíaca em ambos lados. Estas feridas colocam problemas de diagnóstico e tratamento devido às estruturas musculares e ósseas encontradas nesta zona, de onde se interpõe os órgãos torácicos, abdominais e retroperitoniais, impedindo no momento determinar se a lesão penetrou ou não a cavidade abdominal e/ou torácica e se existiu compromisso das estruturas de vital importância.
A abordagem deste tipo de ferida por cornada de touro, difere da abordagem das feridas cortoperfurantes nesta região, onde devido à baixa incidência de lesões orgânicas, existe a possibilidade muito alta de realizar laparotomia em branco. Na ferida posterior por cornada de touro, a possibilidade de lesão orgânica é muito alta pela magnitude do trauma, neste caso impõe-se de imediato laparotomia, para avaliar e corrigir as lesões orgânicas intra abdominais e do retroperitoneu.

Ferida Vascular – O trauma vascular como se comentou anteriormente é o mais frequentemente encontrado, nas festas tradicionais (largadas). É claro que toda a ferida por corno de touro na área vascular, deve ser explorada mesmo que não apresente os sinais clássicos de lesão vascular. No caso de existir lesão venosa nas extremidades avalia-se o retorno e se está preservado, pode-se realizar ligadura das veias comprometidas.
No caso de lesão arterial principal, é mandatório realizar rafia primária ou reseccção e anastomose término-terminal, assim como também enxertos sintéticos pela alta-frequência de complicações infecciosas.

Ferida Perianal
– É o tipo de trauma mais frequente nas corridas de touro com presença de matadores, devido à maneira como o toureiro aborda o touro. A ferida colo rectal deve ser abordada seguindo os critérios básicos de colostomia, lavagem distal e drenagem. No caso de existir destruição do esfíncter, dependendo do tempo da lesão se decidirá a reconstrução primária e colostomia derivativa.

Algoritmo:

Avaliação do estado de consciência
A – Desobstrução da via aérea, colocação de colar cervical
B – Respiração. Avaliação do possível trauma torácico. Se existir sinais de hipoventilação, ponderar entubação endotraqueal e ventilação mecânica com PEEP
C – Circulação. Avaliação dos sinais vitais e monitorização. Colocar 2 cateteres venosos de grosso calibre, e repor volémia (soros hipertónicos e coloides).
D – Avaliação neurológica da vítima, se necessário utilizar Trauma Score. Ver sinais neurológicos e colocar a vitima em maca coquille (se suspeita de trauma da coluna).
E – Expor a vitima. Observar todas as feridas e lavar com soro fisiológico (generosamente). Desinfectar todas as feridas e tamponar feridas com hemorragia. Iniciar antibióticos EV

TRAUMA POR CORNADA DE TOURO


Mecanismo:


O mecanismo da lesão explica-nos as múltiplas trajectórias que se encontram nas feridas por haste de touro. Quando o corno penetra no organismo, o touro levanta o toureiro/forcado com um derrote, neste momento apresenta-se a primeira trajectória para cima. O corpo do forcado/toureiro gira por princípios físicos, procurando equilibrar o seu centro de gravidade. Ocorre quase sempre um segundo derrote, produzindo-se a segunda trajectória, abaixo do organismo do toureiro/forcado e pode continuar lesionando sempre que não se desprenda do corno.
Além das cornadas como agente directo do trauma, também o corpo do animal e as patas, são responsáveis por lesões graves. Estas ultimas causam lesões cortantes e fracturas ao pisar o forcado/toureiro. O forcado e o toureiro sofrem lesões distintas devido à maneira como enfrentam o touro. O forcado geralmente sofre lesões frontais, posteriores, lombares e periniais. O toureiro enfrenta o touro durante mais tempo, pelo que as lesões na sua maioria, dão-se sobretudo em sorte suprema, sendo as feridas anteriores, a maioria na região Antero-interna do músculo direito no triângulo de Scarpa (pelo o que também é conhecido pelo triangulo dos toureiros); abdominais; cervicais e também feridas do perineo, por derrote do touro e deslizamento da haste pela região peritoneal. As enfermarias das praças de touros, apresentam na sua estatística casos de lesões na L3; penetração retroperitoneal; dissecção da veia cava inferior e rotura da base do mesentérico ao penetrar na cavidade abdominal.

Lesões:


As lesões ocasionadas pelo corno são variadas e algumas são consideradas especiais. As cornadas de acordo com a sua profundidade dividem-se em: pontada e cornada propriamente dita. Pontada, é a escoriação dermoepidérmica por fricção que produzem as hastes, ao penetrar o piton, apresenta-se quando o corno alcança o corpo do toureiro tangencialmente. A cornada consiste na penetração do piton, ao nível do plano aponevrótico. Existe uma cornada especial, que recebe o nome de cornada fechada, denomina-se assim as feridas produzidas pela haste do touro, que não lesionam a pele, mas sim todas as camadas profundas: a aponevrose, os músculos, vasos e órgãos internos. Requer que ocorra um relaxamento da pele e da aponevrose, o que vai permitir que o piton se cubra de pele e penetre, rasgando os planos profundos. Este tipo de lesão ocorre muitas vezes nos bandarilheiros (lesões no abdómen). Esta lesão deve-se tratar correctamente, já que passa inadvertida, e pode ocasionar graves complicações. Toda a lesão desta natureza deve intervir-se desde a contusão grau II em diante, porque se não se fizer nada, evoluiu para hematoma; abcesso e hérnia.

Infecção:

A ferida por haste de touro, é uma ferida suja, a qual tem uma incidência de infecção que vai desde 22% a 40%, segundo diferentes autores. A flora bacteriana é mista sendo das seguintes categorias: os anaeróbios, os aeróbios Gram positivo e o Gram negativo (quando há penetração do cólon e recto), bacilos entéricos Gram negativo. O antibiótico ideal é o metronidazol ou a clindamicina podendo também associar-se um aminoglicosido tipo gentamicina ou amicacina. É importante o cálculo adequado da dose de antibióticos para chegar a níveis tissudulares terapêuticos. Deve estar sempre presente que se a cirurgia se prolonga o paciente perde um volume importante de sangue, e que se deve administrar uma segunda dose, para manter os níveis tissudulares adequados.

TRAUMA POR CORNADA DE TOURO


Analise do Trauma Taurino:


O trauma taurino é ocasionado pelo touro, que como agente agressor, produz várias lesões, sendo por isso considerada politraumatizada, toda a vitima que seja colhida por ele.

O Touro como agente agressor:


O touro um vertebrado, mamífero da ordem dos ruminantes, da família dos covicornidos, da espécie bostaurus. Tem um peso estimado de 400 a 500 KG, sendo indispensável nas corridas que o seu peso supere os 435 kg, podendo chegar a 600 kg. Alcança velocidades de 30 a 50 km/h, com uma força representada pela sua massa corporal, que permite calcular que a sua cornada é capaz de suster 3 vezes o seu peso. Estas características de velocidade, peso e fortaleza, explicam a severidade e magnitude do trauma que produzem quando embatem contra uma pessoa com peso médio de 70 kg.
As lesões na sua maioria são produzidas pelas hastes do touro, as quais causarão menor ou maior dano, dependendo da sua configuração, aspecto externo da haste, trajectória e força do animal, que se incrementa com a velocidade que esta tenha. Os touros classificam-se em 3 características a ter em conta e quer são: o tipo; raça e a cornadura, sendo esta ultima a mais importante como factor desencadeante do trauma. A cornadura, conforme referido constitui um dos aspectos mais importante. O corno constitui para o touro de lide, uma arma essencial de ataque. O corno tem uma constituição que vai da cartilagem ao osso, na medida em que se vai desenvolvendo. As medidas que podem ser alcançadas oscilam entre 10 e 40 cm de longitude, com uma medida média de 22,5 cm de diâmetro e 15 cm de base. Estas medidas explicam as lesões multiorganicas, mutilantes, devastadoras que ocorrem quando ocorre uma cornada em plenitude.
A força desenvolvida pela haste do touro, no impacto é de enorme violência, os últimos aspectos da cornada, são os que mais nos interessam, ao referirmos a etiologia das feridas produzidas pelo corno do touro. As diversas variedades que têm uma cornada, caracterizam-se pela sua forma; colocação; direcção; grossura e defeitos do piton. Existe também uma classificação pelo comportamento do touro, existindo uma diferença considerável entre o touro de lide e o touro de “largada” (maioria das vezes é um touro experimentado e como tal considera-se ser um animal perigoso e que aprende a investir no toureiro e no capote).
A investida do touro depende do ângulo de visão que o touro apresenta em relação ao toureiro. Existem estudos sobre este tópico, o touro como outros animais não distinguem as cores, segundo o especialista inglês Walter Johnson “ a visão do touro, tem a forma de um cone de luz, projectado por cada um dos olhos”. Qualquer objecto visto por ele e situado na zona de intersecção dos raios, verá bifocalmente, isto dá lugar à presença de zonas mortas de visão, ou anticones. Estas são as zonas de imunidade, muito úteis para o toureiro.
O touro que já efectuou outras lides, já se encontra desperto, e mantêm o toureiro no seu melhor ângulo de visão. Por vezes acontece que o touro com a experiência que já adquiriu, já não investe no capote, tornando-se por isso bastante perigoso. Quando o touro sente que corneou, realiza um movimento de flexo-extensão da cabeça, que na festa brava recebe o nome de “derrote”, causando múltiplas lesões e trajectórias no corpo dos forcados/toureiros. É de grande importância para a equipa médica conhecer se os cornos do touro que causaram a lesão, eram cornos grandes ou pequenos, grossos ou delgados, para determinar, de uma forma aproximada a profundidade da ferida, já que é possível avaliar a ferida com o diâmetro que apresenta o orifício de entrada e naturalmente pela grossura do corno do touro.
As lesões por corno de touro, não se limitam ao rompimento directo dos tecidos, mas também podem produzir contusão, às vezes bastante grave, fora do perímetro alcançado pela ponta do piton.

TRAUMA POR CORNADA DE TOURO


Introdução:


A introdução do touro como elemento principal de festejos populares, confunde-se na história e na mitologia, encontrando-se esta última, como confronto entre o animal e o homem. Desde os tempos memoráveis, na mitologia e na realidade histórica, ao touro se tem atribuído simbólicos poderes de virilidade e reprodução, que tem sido transmitidos ao homem, exemplo disto é o costume do século XIII de recorrer para festas de boda, a um touro bravo e com ele festejar a despedida de solteiro, organizada pelo noivo: conduziam o touro ao local, donde a noiva em premio ao seu valor, o recebia entregando-lhe um pano branco (símbolo da sua virgindade), que o noivo empapava com o sangue emanado das feridas causadas à fera, e o devolvia a ela, em franco testemunho de combinar o poder fecundante, com a capacidade receptiva da noiva.
Aqui nasce o capote, as bandarilhas e a muleta. Em certas ocasiões era necessário sacrificar o touro, por apresentar múltiplas feridas, que foram feitas na “corrida”. Com o tempo estes jovens, converteram-se em matadores profissionais.
No inicio, a festa brava em Espanha, era propriedade da classe alta, mas por volta de 1700 com a chegada de Filipe V, pouco aficionado da festa brava, a aristocracia como classe perde hegemonia e abandona o toureiro, por considerar vulgar para o corte, isto é, aproveitada pelo povo, para fazer a sua festa de touros. Este fenómeno, da festa de touros e a sua magia, tem sido interpretado ao longo dos tempos por múltiplas celebridades, como antropólogos, artistas, escritores, políticos e religiosos.

Vírus da gripe A (H1N1)

A propósito da nova estirpe de vírus da gripe A(H1N1) recentemente identificada em surtos no México e nos Estados Unidos da América, esclarece-se:1. Não há conhecimento de qualquer caso em Portugal;2. Os serviços da Direcção-Geral da Saúde, através da Unidade de Emergência de Saúde Pública, estão em contacto permanente com a Organização Mundial da Saúde, em Genebra, e com o Centro Europeu de Controlo de Doenças, em Estocolmo, a acompanhar e a analisar, colectivamente, a evolução da situação epidemiológica;3. A nova estirpe de vírus da gripe identificada em surtos no México e nos Estados Unidos da América transmite-se por via aérea de pessoa para pessoa através de gotículas, espirros, tosse ou outros contactos próximos;4. Trata-se de uma gripe humana e não de um problema veterinário. Por isso, nada indica que a ingestão de carne de porco represente um risco adicional para o Homem;5. Os sintomas desta doença são os mesmos de qualquer outro estado gripal: febre, tosse, dor muscular e dificuldade respiratória, entre outros. Assim, o diagnóstico baseia-se, não apenas em critérios clínicos, mas sobretudo na estada em zona afectada ou contacto com doentes provenientes dessas zonas.Perante este surto, a Direcção-Geral da Saúde:1. Accionou os dispositivos previstos para este tipo de situações em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge;2. Informou os médicos sobre medidas a tomar perante eventuais casos de gripe e que passam por confirmar laboratorialmente todas as situações suspeitas;3. Deu orientações à Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) no sentido de esclarecer os viajantes com dúvidas sobre estados gripais;4. Alerta para os riscos que os viajantes com destino às zonas afectadas correm;5. Recomenda aos portugueses que regressaram das zonas atingidas ou que tiveram contacto próximo com qualquer pessoa afectada e que apresentam sintomas gripais liguem para a Linha de Saúde 24, através do número 808 24 24 24;6. Vai disponibilizando mais recomendações, à medida que for recolhendo informação.Mais informação: Medidas de higiene individual a adoptar em zonas afectadas, por viajantes:- Lavagem frequente das mãos, com água e sabão, para reduzir a probabilidade de transmissão da infecção;- Cobrir a boca e nariz quando espirrar ou tossir, usando lenço de papel sempre que possível;- Utilizar lenços de papel, que devem ser de uso único, depositando-os num saco de plástico que deve ser fechado e colocado no lixo após utilização;- Limpar superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas) com um produto de limpeza comum;- O cumprimento destas indicações é muito importante igualmente em crianças;- Os viajantes que regressem de áreas atingidas ou que tenham tido contacto próximo com qualquer pessoa infectada e que apresentem sintomas de gripe (febre alta de início súbito, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e dores de cabeça) devem permanecer em casa e ligar para a Linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24 e seguirem as instruções que lhes forem dadas.


Fonte: Direcção-Geral da Saúde

sábado, 28 de março de 2009

Monóxido Carbono: Actuação

Antes de qualquer abordagem à vítima é necessário verificarmos se estão reunidas as condições de segurança para a nossa actuação. Deste modo é importante ventilar toda a zona abrindo portas e janelas e de seguida afastar e desligar todos os aparelhos que possam ser potenciais produtores de monóxido de carbono.
A abordagem à vítima, deverá ser efectuada segundo ABCDE, respeitando sempre as regras de segurança.
Sendo assim a remoção da vitima do local da exposição o mais rápido possível é de extrema importância pois estaremos também diminuir a percentagem de monóxido de carbono em circulação. Administrar oxigénio por mascara facial a 100% o que reduz a semi vida da carboxi-hemoglobina de 4-6 horas para cerca de 1 hora. O tratamento através de oxigénio hiperbárico também será um procedimento a adoptar, visto reduzir a semi-vida da carboxi-hemoglobina de 6 – 4 horas para cerca de 15 a 30 minutos, reduzindo também a duração do estado comatoso.
O uso do oxigénio hiperbárico poderá estar muito limitado devido ao reduzido número de câmaras hiperbáricas no nosso país e a grande afluência a estas para a realização de inúmeros tratamentos. Apesar deste contra tempo as vítimas que apresentem níveis de monóxido de carbono acima dos 40% têm indicação extrema para tratamento com oxigénio hiperbárico bem como as vítimas com níveis acima dos 25% com presença de convulsões ou arritmias graves.
No que respeita à manutenção da via aérea a intubação endotraqueal poderá ser uma boa escolha, devido à necessidade de se fazer oxigénio a 100%, mas esta decisão irá depender de alguns factores, como por exemplo:
-A causa da inalação de monóxido de carbono (incêndio, aparelhos eléctricos, combustão em espaço fechado, etc. …)
-Estado de consciência da vítima
-Dificuldade respiratória aguda
-Tempo de chegada à unidade hospitalar
-Presença ou não de lesão inalatória
A monitorização deverá ser efectuada assim que possível, recomenda-se a monitorização da oximetria, frequência cardíaca, ECG e pressão arterial.
Através destes procedimentos vamos detectar algumas alterações que nos podem ser úteis na tomada de decisões.

O oximetro, para além da frequência cardíaca fornece-nos informação muito importante sobre a eficácia da oxigenoterapia e sobre a perfusão dos tecidos, no entanto este dispositivo não se encontra preparado para distinguir a oxihemoglobina da carboxihemoglobina, fornecendo deste modo falsos valores de saturação, registando muitas vezes valores de saturação de oxigénio elevados (Fig 1), em vítimas com elevados níveis de intoxicação por monóxido de carbono. No que respeita à frequência cardíaca podemos identificar com frequência uma taquicardia sinusal.

No ECG; as alterações electrocardiograficas poderão incluir como já referi atrás uma taquicardia sinusal (Fig 2) e para além desta alteração poderá estar presente uma depressão do intervalo ST, achatamento da onda T e extra-sistole ventricular.

Em relação à tensão arterial poderá estar presente uma hipotensão.

Perante este quadro torna-se importante também iniciar fluidoterapia, sempre que possível com um acesso venoso de bom calibre G16 ou G14, podendo haver necessidade de se recorrer a agulha intra-óssea caso o acesso venoso seja díficil ou mesmo impossível por existência de queimaduras graves.
No que respeita a terapêutica, se estivermos na presença de broncospasmo poderá estar indicada a administração de um broncodilatador (salbutamol ou aminofilina).

Quais são as características do monóxido de carbono?

- É um gás
- É incolor
- É inodoro
- Não tem sabor
- Não é irritante
- É mais leve do que o ar

Quem está mais vulnerável ao monóxido de carbono?

Todas as pessoas, independentemente da idade, sexo, …, podem correr riscos de intoxicação grave, se expostos a elevadas concentrações de monóxido de carbono, no entanto as mulheres grávidas, fetos, crianças, pessoas com anemia, problemas cardíacos ou do foro respiratório pertencem a um grupo com maior vulnerabilidade à intoxicação com monóxido de carbono.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, concluiu-se que entre 1993 e 1997, 70 por cento das mortes por inalação de gases, entre crianças e jovens até aos 19 anos de idade, fora devido ao monóxido de carbono.

Qual o mecanismo da intoxicação por monóxido de carbono?

O monóxido de carbono é rapidamente absorvido através dos pulmões ligando-se à hemoglobina com uma afinidade de cerca de 210 vezes maior do que a do oxigénio, provocando deste modo uma anoxia celular, devido a uma grande limitação do transporte de oxigénio pela hemoglobina e consequente diminuição da libertação deste nos tecidos. A ligação do monóxido de carbono à hemoglobina denomina-se de carboxihemoglobina.
A exposição a níveis muito elevados de monóxido de carbono poderá ter consequências irreversíveis e até fatais.

Sinais e sintomas:

A inalação deste gás, geralmente começa por causar sintomas muito comuns a outras situações, como por exemplo, cefaleias, tonturas, náuseas e vómitos numa grande maioria das vezes estes sintomas são confundidos com uma gripe ou com uma intoxicação alimentar.
Numa fase posterior ocorre um agravamento destes sintomas, e passamos a ter:
-Dispneia
-Taquipneia
-Confusão
-Fadiga
-Labilidade emocional
-Alucinações
-Alterações electrocardiográficas

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO

O monóxido de carbono é um gás, que quando inalado poderá ser muito perigoso podendo mesmo tornar-se fatal.
A concentração média de monóxido de carbono (CO) na atmosfera é de 0,1 ppm, sendo 90 por cento do monóxido de carbono atmosférico produzido pela própria natureza e 10 por cento produzidos pela actividade do homem.
O homem tem o seu papel de produtor de monóxido de carbono diariamente através da indústria, dos motores a gasolina/gasóleo (por exemplo um motor de combustão produz concentrações de monóxido de carbono de mais de 100 ppm), cigarros, fornos e fogões das cozinhas, esquentadores, lareiras, caldeiras de funcionamento a gás, geradores, churrasqueiras, grelhadores, motores de barcos, etc.…
O monóxido de carbono torna-se altamente perigoso e fatal quando produzido ou libertado em espaços fechados ou semi-fechados com ventilação inadequada e ai inalados por pessoas ou animais.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Pós Graduação

Para todos os colegas interessados nesta pós graduação, as inscrições estão abertas. Podem encontrar toda a informação em www.esesfm.pt

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Pós Graduação

A 1ª Edição da Pós Graduação em Enfermagem Pré Hospitalar, terá inicio dia 18 de Abril, e decorrerá na Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericordias em Lisboa. As candidaturas decorrerão no mês de Março. Serão admitidos o máximo de 30 enfermeiros. A Pós Graduação terá 10 unidades curriculares: Gestão, organização e SIEM; Cuidados de Enfermagem Emergentes; Trauma; Cuidados de Enfermagem Materno-infantil; Situaçoes de excepção; Técnicas de emergencia; Medicina de Catastrofe; Investigação e ética; Higiene e segurança no trabalho; Gestão e Liderança. Terá uma duração de 300 horas.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Pós Graduação em Enfermagem Pré Hospitalar

Irá ter inicio em Março do corrente ano, a 1ª Pós Graduação em Enfermagem Pré Hospitalar. A proposta de criação desta pós graduação, torna-se premente para atender às necessidades dos enfermeiros, para actuarem nesta área tão específica, com competências dentro de uma praxis mais criativa, reflexiva, com competência técnica, humana e conceptual.

Esta nova praxis, sem dúvida, é o caminho que levará a enfermagem a alcançar os seus objectivos: cuidar o paciente no ambiente pré hospitalar, com a qualidade que lhe é de direito, isento de riscos ou falhas humanas, e com plena capacidade não só para sobreviver, mas para viver com qualidade

O enfermeiro que exerce actividade no pré hospitalar, deve ser um profissional habilitado e credenciado para integrar a equipa médica de emergência. Além da intervenção conservadora no atendimento da vítima, é habilitado a realizar procedimentos, sob prescrição médica, na vítima de trauma de trauma e de outras emergências médicas, dentro do âmbito da sua qualificação profissional.

O enfermeiro deve ser por isso, um profissional de nível superior, habilitado para acções de enfermagem no atendimento pré hospitalar aos doentes, e ás acções administrativas e operacionais do sistema de emergência, inclusive na realização de formação para capacitação dos profissionais do sistema de emergência, bem como com as acções de supervisão e educação dos mesmos.