Analise do Trauma Taurino:
O trauma taurino é ocasionado pelo touro, que como agente agressor, produz várias lesões, sendo por isso considerada politraumatizada, toda a vitima que seja colhida por ele.
O Touro como agente agressor:
O touro um vertebrado, mamífero da ordem dos ruminantes, da família dos covicornidos, da espécie bostaurus. Tem um peso estimado de 400 a 500 KG, sendo indispensável nas corridas que o seu peso supere os 435 kg, podendo chegar a 600 kg. Alcança velocidades de 30 a 50 km/h, com uma força representada pela sua massa corporal, que permite calcular que a sua cornada é capaz de suster 3 vezes o seu peso. Estas características de velocidade, peso e fortaleza, explicam a severidade e magnitude do trauma que produzem quando embatem contra uma pessoa com peso médio de 70 kg.
As lesões na sua maioria são produzidas pelas hastes do touro, as quais causarão menor ou maior dano, dependendo da sua configuração, aspecto externo da haste, trajectória e força do animal, que se incrementa com a velocidade que esta tenha. Os touros classificam-se em 3 características a ter em conta e quer são: o tipo; raça e a cornadura, sendo esta ultima a mais importante como factor desencadeante do trauma. A cornadura, conforme referido constitui um dos aspectos mais importante. O corno constitui para o touro de lide, uma arma essencial de ataque. O corno tem uma constituição que vai da cartilagem ao osso, na medida em que se vai desenvolvendo. As medidas que podem ser alcançadas oscilam entre 10 e 40 cm de longitude, com uma medida média de 22,5 cm de diâmetro e 15 cm de base. Estas medidas explicam as lesões multiorganicas, mutilantes, devastadoras que ocorrem quando ocorre uma cornada em plenitude.
A força desenvolvida pela haste do touro, no impacto é de enorme violência, os últimos aspectos da cornada, são os que mais nos interessam, ao referirmos a etiologia das feridas produzidas pelo corno do touro. As diversas variedades que têm uma cornada, caracterizam-se pela sua forma; colocação; direcção; grossura e defeitos do piton. Existe também uma classificação pelo comportamento do touro, existindo uma diferença considerável entre o touro de lide e o touro de “largada” (maioria das vezes é um touro experimentado e como tal considera-se ser um animal perigoso e que aprende a investir no toureiro e no capote).
A investida do touro depende do ângulo de visão que o touro apresenta em relação ao toureiro. Existem estudos sobre este tópico, o touro como outros animais não distinguem as cores, segundo o especialista inglês Walter Johnson “ a visão do touro, tem a forma de um cone de luz, projectado por cada um dos olhos”. Qualquer objecto visto por ele e situado na zona de intersecção dos raios, verá bifocalmente, isto dá lugar à presença de zonas mortas de visão, ou anticones. Estas são as zonas de imunidade, muito úteis para o toureiro.
O touro que já efectuou outras lides, já se encontra desperto, e mantêm o toureiro no seu melhor ângulo de visão. Por vezes acontece que o touro com a experiência que já adquiriu, já não investe no capote, tornando-se por isso bastante perigoso. Quando o touro sente que corneou, realiza um movimento de flexo-extensão da cabeça, que na festa brava recebe o nome de “derrote”, causando múltiplas lesões e trajectórias no corpo dos forcados/toureiros. É de grande importância para a equipa médica conhecer se os cornos do touro que causaram a lesão, eram cornos grandes ou pequenos, grossos ou delgados, para determinar, de uma forma aproximada a profundidade da ferida, já que é possível avaliar a ferida com o diâmetro que apresenta o orifício de entrada e naturalmente pela grossura do corno do touro.
As lesões por corno de touro, não se limitam ao rompimento directo dos tecidos, mas também podem produzir contusão, às vezes bastante grave, fora do perímetro alcançado pela ponta do piton.
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