Ao abordar uma vítima que tenha sofrido um traumatismo, seja este causado por um acidente de viação, por uma queda ou produto de uma agressão, deve-se reunir informação suficiente que permita estabelecer de uma forma directa ou indirecta, qual pode ter sido a energia transmitida durante o impacto, e como essa energia se pode manifestar na vítima.
A importância de obter o mecanismo de lesão, deve-se ao facto de que as lesões são sempre consequência da transferência de energia. O conhecimento do mecanismo de lesão permite afirmar 95% das lesões, baseiam-se na história do incidente e na cinemática da lesão.
É provável que muitas perguntas, tenham resposta imediata, como por exemplo: em que direcção ocorreu a troca de energia (sempre que os veículos envolvidos no acidente se encontrem no local do acidente). Essas situações que não se possa conhecer os dados certos, deve-se aumentar o índice de suspeita com os poucos elementos que se obtenham, para definir o tipo de impacto e a quantidade de energia absorvida pelo doente.
É lógico pensar que ao encontrar um doente em risco de vida, indique de uma forma imediata de que o trauma foi a alta energia. Mas de igual forma a avaliação de outros elementos que proporcionam o local, poderá trazer maior informação sobre o tipo de impacto que ocasionou a lesão.
A disposição dos órgãos dentro das suas cavidades e as relações de fixação que eles tem, determinam o tipo de lesão que cada um sofrerá, de acordo com a natureza do trauma externo, que é resultante de uma inadequada transferência de energia de um corpo de qualquer natureza contra o corpo humano.
Existem áreas importantes do corpo com capacidade para absorver grandes quantidades de energia, resultante do impacto e da desaceleração súbita. Nestes incluem-se não somente as estruturas ósseas, bem como os grupos musculares de todo o tipo e os depósitos de gordura, que protegem parcialmente os órgãos vitais.
Esta capacidade é limitada, dependendo da magnitude do impacto, da qualidade dos materiais e do seu desgaste com os anos, o sitio do traumatismo, a duração da força e o uso de elementos que protegem o organismo dos efeitos da desaceleração como os cintos de segurança e os airbags. Deve-se procurar todas as pistas que levem a suspeitar de alta energia. Devemos recordar que mesmo que não existam danos no veículo, não implica que não existam danos nas pessoas envolvidas no acidente (especialmente as crianças).
domingo, 2 de novembro de 2008
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